Comissão de Participação Feminina do TRE-RN realiza roda de conversa com estudantes indígenas

Ação foi realizada em escola pública no território do Amarelão, em João Câmara, maior área indígena do Estado

Ação foi realizada em escola pública no território do Amarelão, em João Câmara, maior área indíg...

Na tarde desta quarta-feira (27), a Comissão de Participação Feminina do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) com apoio do cartório da 10ª zona eleitoral, promoveu uma roda de conversa na Escola Estadual Indígena Professor Francisco Silva do Nascimento, zona rural de João Câmara, com o tema: “Formas de integração da mulher indígena no espaço político do RN”. A ação teve a participação de mais de 100 alunos e professores da escola.

A roda de conversa foi mediada pelas integrantes da Comissão de Participação Feminina: Bonnie Slaviero, chefe de cartório da 54ª zona eleitoral, e Sara Cardoso, assessora de imprensa do TRE-RN. E teve como convidadas, a juíza Ticiana Nobre, presidente da Comissão e a advogada Irandy Angélica, vice-presidente da Comissão Estadual da Mulher Advogada da Seccional da OAB na região do Mato Grande e membro do Comitê Estadual de Enfrentamento da Violência Contra as Mulheres.

Durante o evento, as convidadas falaram de suas experiências enquanto mulheres que exercem importantes papéis de poder e de representatividade feminina no poder judiciário, sobre como a Justiça Eleitoral tem buscado combater as fraudes às cotas de gênero nos partidos políticos, como a representatividade feminina indígena na política pode garantir direitos à comunidade indígena, entre outros assuntos. “É importante nos aproximarmos da realidade desses jovens e mostrar o que é possível alcançar por meio da educação e de projetos como o que o TRE-RN apoia na cidade, que é o Parlamento Jovem. Ano passado a comunidade teve uma representante indígena entre esses jovens parlamentares e esse ano tem dois alunos da escola que também estão vivenciando a rotina de uma Câmara de Vereadores”, ressaltou a juíza Ticiana Nobre. 

Em sua conversa com os jovens estudantes do Amarelão, a advogada Irandy Angélica destacou seu histórico como aluna de escola pública e sua decisão aos 26 anos de ingressar na faculdade, e complementou: “Pra mim, estar hoje engajada em vários projetos que envolvem a Defesa da Mulher, é uma maneira de eu dar um retorno por tudo que eu consegui. E mostrar para as meninas que saíram lá de baixo, que é possível”.

O território indígena do Amarelão é composto por 873 famílias localizadas em 5 comunidades: Amarelão, Santa Terezinha, Açucena, Serrote e Cachoeira. A escola indígena da comunidade, construída em 2019, atende 519 alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA), e parte do quadro docente é formado por indígenas da comunidade. “Aqui eles têm aula de história geral e local, de ciências e dos saberes de curas indígenas, de português e inglês mas também de tupi. Nós ensinamos como funciona a escolha de representações em uma República e como eles podem ser cidadãos atuantes. Ou seja, o que eles ouviram hoje complementa o que a escola já se preocupa em ensinar”, disse Tayse Campos, diretora da Escola e líder indígena da comunidade.


O Rio Grande do Norte tem cerca de 11 mil indígenas, de acordo com o Censo 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), sendo que 20,6% deles residem no município de João Câmara. E com a finalidade de garantir a promoção de políticas de incentivo às candidaturas indígenas, a Justiça Eleitoral vem realizando ações nacionais e regionais para incentivar a participação dos povos originários no processo democrático.

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