Na segunda-feira (11), a 68ª zona eleitoral deu início ao ciclo de palestras “Engajamento democrático inclusivo – voto jovem e PCD”, que faz parte de um projeto desenvolvido pelo chefe de cartório Adriano Nóbrega. O projeto contempla ações que levem palestras sobre cidadania, democracia, direito ao voto e inclusão em escolas e instituições que trabalhem com a garantia de direitos das pessoas com deficiência visual, auditiva, com Síndrome de Down e que estejam no espectro autista.

A palestra realizada na Escola Estadual Maria Arioene de Souza teve ainda a participação do jovem Arthur Nóbrega, diagnosticado com autismo nível 1, e da sua mãe, Maria José Nóbrega, pedagoga; da responsável pelo Núcleo de Cidadania e Ações Sociais da Escola Judiciária Eleitoral, Andressa Castro; e de representantes da Associação de Surdos de Santa Cruz. Todo o evento teve tradução em Libras para os surdos presentes.

O público da palestra, formado por adolescentes do Ensino Médio, tinha em sua maioria, jovens com menos de 18 anos que nunca votaram. Adriano iniciou a palestra se autodescrevendo como um homem branco, de cabelos claros, usando óculos, camiseta branca reproduzindo o teclado de uma urna e calça comprida. Na sequência, usando linguagem simples e didática, explicou como funcionam os poderes Executivo e Legislativo e quais os papéis de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores comparando com a gestão de uma escola. 

“O projeto era esse: fazer um vídeo que falasse sobre inclusão, sobre a urna eletrônica, e nós produzimos o vídeo. Mas, no decorrer do tempo, foram brotando outras ideias. Parece que o projeto foi criando perna e de repente eu estava com outro projeto mais amplo, que é desenvolver palestras nos municípios que pertencem à minha Zona Eleitoral e também trazer a Justiça Eleitoral Itinerante aos meus municípios“, revelou Adriano Nóbrega, idealizador do projeto.

Na sequência, o chefe de cartório convidou a esposa e o filho, Maria José e Arthur, para falarem sobre a importância de Pessoas com Deficiência (PCDs) também terem acesso ao título de eleitor e até declararem sua deficiência no cadastro eleitoral. Arthur, tem 16 anos e vai votar pela primeira vez agora em 2022. “Eu estou discursando sobre o meu direito de votar como um deficiente intelectual, ou seja, eu tenho espectro autista, só que de grau leve. […] O jovem de 16 anos pode votar, eu também, não só como público autista, mas também como um jovem de 16 anos que pode votar no candidato, e é um direito e estamos manifestando a democracia para o nosso município“, declarou Arthur Nóbrega.

Os dois estiveram entre os cerca de 40 voluntários que participaram da gravação do videoclipe de uma paródia com o tema “Urna Fantástica”, que você pode conferir aqui.

A Escola Judiciária Eleitoral, através do Núcleo de Cidadania e Ações Sociais, tem fomentado e dado apoio a projetos desse tipo, que contemplem o maior número possível de ações que encorajem os eleitores a exercer o direito ao voto de forma consciente. “Essas ações sociais visam justamente levar noções de cidadania para os jovens estudantes, desde o ensino fundamental até o ensino médio, que a cidadania começa na escola, começa com o voto consciente. A cidadania ocorre quando eles se candidatam, quando tomam para si a importância da participação na escola, a importância da escolha. É incrível como eles acreditam nisso, como eles votam com toda emoção. Eles ficam emocionados quando escutam o barulho da urna quando confirma o voto. Também aprendem como votar. Então para nós da Escola Judiciária é muito gratificante estar aqui hoje“, disse Andressa Castro.

Os estudantes também puderam conhecer a urna eletrônica e utilizar o equipamento em uma eleição simulada, e ainda receberem a visita da mascote do vídeo, a “Urninha fantástica”.

O projeto prevê ainda, que além da palestra, aconteçam atendimentos eleitorais. Em uma das salas da escola os servidores atenderam mais de 40 pessoas durante os períodos da manhã e da tarde. Os alunos e a comunidade em geral tiveram acesso a serviços como alistamento eleitoral (emissão do 1º título); revisão, transferência e coleta biométrica.

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