Abril Azul: TRE-RN promove diálogo com famílias neurodivergentes

O momento foi dedicado às famílias e visou promover o debate e dar visibilidade ao assunto

O momento foi dedicado às famílias e visou promover o debate e dar visibilidade ao assuntoAbril Azul: TRE-RN promove diálogo com famílias neurodivergentes

Na manhã da última sexta-feira (11), o Plenário do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) recebeu uma roda de conversa com o tema “Autismo e saúde mental em famílias neurodivergentes”. A atividade faz parte da Semana Nacional da Saúde no Poder Judiciário instituída por meio da Resolução CNJ n. 576/2024, e contou com a participação de servidores da Justiça Eleitoral que convivem com familiares neuroatípicos.

Entre os participantes estavam Adriano Nóbrega, sua esposa Maria José e o filho Arthur, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA); o servidor André Lins Leal e o psicólogo Waldylécio Souza.

O encontro foi iniciado com uma apresentação musical de Arthur, que interpretou a canção “João e Maria”, de Chico Buarque. Em seguida, o psicólogo Waldylécio Souza fez uma contextualização do tema, destacando a importância de compreender o autismo como um espectro — o que exige atenção às nuances e à diversidade das manifestações desse transtorno do neurodesenvolvimento.

A proposta do evento foi promover um espaço de escuta, partilha de experiências e sensibilização, incentivando o diálogo sobre o convívio com pessoas neurodivergentes. Arthur também deu início às discussões, enfatizando o valor do acompanhamento psicológico para o desenvolvimento de pessoas com TEA. “Meu conselho é levar seus filhos à terapia. A vida de uma pessoa com autismo não é fácil, mas pode melhorar”, afirmou.

Adriano Nóbrega, servidor do TRE-RN e pai de Arthur, relatou os desafios enfrentados devido ao preconceito e à falta de informação sobre o autismo. “Antes de tudo vem o preconceito, pela falta de conhecimento. As pessoas não sabem muito sobre o tema”, disse.

Ele também compartilhou sinais que o filho apresentou ainda na infância: “Quando ele tinha dois anos, falava, mas depois parou. Também tinha uma estereotipia de bater as costas nos lugares. (…) Quando falo sobre isso, fico emocionado porque, no início, a gente sofre muito”, declarou comovido.

Maria José, mãe de Arthur, contou que o primeiro diagnóstico veio de um pediatra e destacou os frequentes julgamentos enfrentados pela família. “Sempre tinha alguém dizendo que estávamos fazendo algo errado. O julgamento sempre foi intenso”, comentou.

Momentos como esse são fundamentais para criar ambientes de acolhimento e escuta, tanto para os familiares quanto para as pessoas com autismo. A troca de experiências ajuda a ampliar o conhecimento sobre o tema e contribui para a quebra de estigmas, além de promover a inclusão e a empatia no convívio social.

Reconhecendo essa importância, o TRE-RN promoveu a roda de conversa como forma de aproximar os cidadãos do debate sobre o autismo, a partir da perspectiva de quem vivencia essa realidade diariamente. Além disso, eventos como esse fortalecem o protagonismo das pessoas com TEA, garantindo-lhes espaço de fala e reafirmando sua plena capacidade de exercer cidadania e viver com dignidade.

Para assistir à roda de conversa completa, acesse o canal do TRE-RN no YouTube.

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